Planta de Cargas do Eberick

Compartilho no artigo de hoje a dúvida sobre a planta de cargas do Eberick feita por um dos seguidores da minha página no Facebook.

Boa noite, busquei algum video de vocês sobre fundações, gostaria de saber se as cargas geradas pelo Eberick na planta de cargas ou relatório de cargas são confiáveis para ir diretamente ao cálculo de fundações, também não sei se vocês abordam esses conhecimentos no curso. Aguardo retorno.

Ao gerar a planta de cargas do Eberick é imprescindível que seja feita a conferência. Por quê?

Será que é porque o software não é confiável?

Não! É simplesmente, porque às vezes o programa pode ter entendido a estrutura de uma forma diferente da que você concebeu.

Já vi isso acontecer, por exemplo, quando o engenheiro errou a forma de fazer a rotação do pilar e o Eberick entendeu que o pilar do lance de cima se apoiava na viga e não no pilar do lance debaixo. É um dos casos que abordo no curso de pórtico e grelha. O resultado da estrutura inteira ficou comprometido por esse engano.

Vemos isso também no artigo o que fazer se o Eberick erra qual viga apoia em qual?

Mais recentemente, estava analisando o projeto de uma aluna do curso de configurações de projeto do Eberick. E ela colocou um parapeito em uma das varandas com 120m ao invés de 1,20m. O pilar de canto estava com um esforço normal absurdamente maior do que os pilares de borda mais próximo. Quando vi isso, logo suspeitei. Abaixo indico o pilar na planta de forma e a comparação do esforço normal deste com os demais pilares do mesmo pórtico.

Outro indício era o deslocamento, que, naquela região, estava apresentando um valor gigantesco – aproximadamente 7cm na ponta do balanço, como mostrado a seguir:

Investigando a razão, cheguei nessa carga lançada de forma incorreta. E todos nós, uma vez ou outra, cometemos esse equívoco na unidade de medida. Por isso, precisamos conferir os resultados. É uma forma de identificarmos nossos próprios erros também!

Abaixo os esforços normais nos pilares após a correção. Bem mais coerente, né?

Afinal, como pode ser feita essa conferência?

Você pode fazer algo bastante simples, escolhendo um pilar de canto um de borda e um de centro e estimando seus carregamentos por área de influência, para comparar com os resultados do software. Mostro um exemplo de como fazer isso no vídeo abaixo:

O valor encontrado no Eberick deve ser comparado com o somatório das cargas verticais da planta de cargas do Eberick e não com o valor total. Por quê?

Porque a reação total também leva em conta os esforços devidos ao vento e não levamos este em consideração na nossa análise. Suponhamos o exemplo da imagem abaixo. Se estivermos analisando P1, devemos considerar o valor:

P1 = 12,59 + 7,23 + 1,32 + 0,05 = 21,19tf