Análise da Grelha do Eberick 3/3
Nesse artigo vamos finalizar a análise da grelha do Eberick referente ao projeto que estamos estudando. Lembrando que trata-se do projeto de um pavimento de uma edificação residencial, mas que apresentou resultados fora do convencional. As duas primeiras partes da análise podem ser encontradas nos links abaixo:
Análise da grelha do Eberick parte 1
Análise da grelha do Eberick parte 2
No artigo de hoje, vamos analisar as lajes L1 e L4. Reparamos anteriormente que as armaduras positivas dessas lajes estão ancorando uma na outra. Isso é sinal de que nessa região de ligação entre as lajes está surgindo momento positivo, ao invés de momento negativo como é de se esperar.
Visualizando mais uma vez a grelha, vemos que realmente essas lajes (primeiras duas lajes do canto superior esquerdo da grelha do Eberick) não só estão apresentando momento positivo no apoio como o momento máximo está ocorrendo justamente nessa região!
Ao observarmos os deslocamentos, o mesmo ocorre. Repare como os deslocamentos estão maiores justamente sobre a viga (V3) que separa ambas lajes. É como se L1 e L4 estivessem se comportando como uma única laje e essa região abaixo em vermelho fosse o centro do vão.
Obviamente, se não houvesse V3 ali, os momentos positivos e as flechas seriam muito superiores! A presença dessa viga está sendo contribuindo positivamente para o comportamento da estrutura, só não está sendo suficiente para zerar os deslocamentos da laje e para inverter o sinal dos momentos fletores nessa região. Por quê?
É porque V3 está se deslocando bastante e esses deslocamentos estão impactando a laje. A seguir os motivos desse deslocamento:
- V3 tem 50cm de altura e vence um vão de aproximadamente 5,00m;
- Carregamento relativamente elevado (referente a duas lajes e carga de alvenaria ao longo de seu comprimento);
- V3 se apóia em outras vigas, logo ela herda o deslocamento dessas na região do apoio;
Com isso vemos que, apesar do resultado da grelha do Eberick ser impossível do ponto de vista do cálculo manual, ele é compreensível do ao se levar em conta a flexibilidade das vigas. Essa é a principal vantagem de se utilizar analogia de grelha ao invés de teoria de placas.
Como corrigir o problema? Temos duas alternativas:
a) Manter a estrutura como está e adotar para ambas lajes a maior armadura positiva calculada (para esse caso 6.3 c/9). Essa armadura deve passar contínua ao longo de ambas lajes, ao invés de ser cortada sobre o apoio V2 (onde o momento positivo é mais alto!).
b) Reduzir os deslocamentos de V3:
- Se os deslocamentos forem grande por conta da própria viga, aumentar sua seção ou mudar sua seção de retangular para T;
- Se os deslocamentos forem grandes por conta de alguma das vigas de apoio, aumentar a seção destas;
- Se a arquitetura permitir (quase nunca permite, rs), reposicionar V3 para que ela se apoie em P4 e P5. Ao se apoiar em pilares, a viga vai passar a ter um pouco de engastamento nos apoios o que contribuirá para reduzir os deslocamentos.
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2 Comentários
Nãao seria V3?
Verdade.
Coloquei pra ver se estavam prestando atenção rsrsrsrsrs
Já vou corrigir.
Obrigado